Agressões a agentes da CET têm alta de 36% este ano em relação a 2016

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O número de agressões aos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) nas ruas da cidade de São Paulo apresentou alta de 36% em 2017 com relação ao ano passado. Segundo dados divulgados pela companhia, nos nove primeiros meses deste ano (entre janeiro e setembro) foram registrados 50 ocorrências de agressões; durante todo o ano passado, o número foi de 49.

“O número [de agressões] é assustador”, enfatizou o presidente da CET, João Octaviano Machado Neto. Ele acredita que o aumento nos casos está no maior número de agentes nas ruas da cidade – “a CET está mais visível”, disse. Atualmente, são cerca de 1.800 agentes de trânsito – “bem treinados, capacitados e dedicados”, observou Neto – responsáveis por 17 mil quilômetros de vias na capital paulista.

A violência que atinge os agentes vai desde os crimes de furto, injúria, desacato e agressão física. A cada caso de agressão, a CET – conforme explicou o presidente – vem oferecendo assistência jurídica e psicológica aos funcionários e seus familiares. “Uma agressão não atinge somente o agente, mas a CET de uma forma em geral. E vamos pra cima judicialmente. A CET vem atuando diretamente na defesa do nosso profissional”, disse Neto. Prova maior foi, recentemente, a decisão da Justiça de São Paulo que condenou um motorista a 2 anos e seis meses de prisão por desacato, subtração de documento público e agressão contra um agente.

“Nossos agentes têm a orientação inicial de orientar o motorista infrator, mas a falta de respeito é visível. Temos um caso de um agente que levou uma facada de um motorista de caminhão que praticava uma infração na zona norte. Felizmente, o golpe atingiu o rádio de comunicação do funcionário. Já identificamos o motorista”.

Outro caso, relatado pelo presidente da CET, ocorreu na rua Rui Barbosa, na Bela Vista, em frente a uma escola, onde o agressor parou em fila dupla e foi orientado a retirar o veículo. “Depois, a pessoa deu uma volta no quarteirão e parou no mesmo local. Ao ser abordado novamente pelo agente, acabou o agredindo com um soco. Nosso funcionário foi socorrido desacordado”, relatou Neto.

A companhia iniciará em breve uma ação externa que mostrará a mudança de postura dos agentes, a partir da troca do uniforme, que de marrom (o que deu o apelido de “marronzinhos”) passará a amarelo. “Será a primeira mudança de postura. Vamos mostrar que o agente é parceiro, é um ponto de referência de segurança para a população de primordial importância. Quando ele autua, é que o motorista está colocando a própria vida e a dos outros em risco”.

Reportagem: Gil Campos

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