Manifestantes pró e contra Judith Butler protestam no Sesc Pompeia

SÃO PAULO, SP, 07.11.2017: ATO-JUDITH-BUTLER - Manifestantes contra e a favor de Judith Butler, fazem um ato em frente ao Sesc Pómpeia na rua Clélia, zona oeste de São Paulo (SP), nesta terça-feira ( 7 ). Judith Butler é uma filósofa pós-estruturalista estadunidense, uma das principais teóricas da questão contemporânea do feminismo, teoria queer, filosofia política e ética que virá ao Brasil e parcipará de diversos debates no Sesc Pompéia. (Foto: Fábio Vieira/FotoRua/Folhapress)
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A participação da filósofa Judith Butler em um seminário em São Paulo reuniu dois grupos de manifestantes (prós e contrários) na frente do Sesc Pompeia nesta terça-feira (7).
Professora da Universidade da Califórnia, em Berkeley (Estados Unidos), Butler é um dos principais nomes no estudo de gêneros e na teoria quer.

Durante as semanas que antecederam a vinda da filósofa ao país -para o seminário “Os Fins da Democracia” (de 7 a 9 de novembro, no Sesc Pompeia)-, uma petição on-line foi organizada no site CitizenGo e reuniu mais de 300 mil assinaturas pedindo o cancelamento do evento.

O texto, sem assinatura, pedindo o cancelamento da participação da filósofa dizia que “Judith Butler não é bem-vinda no Brasil! Nossa nação negou a ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação e nos Planos Municipais de Educação de quase todos os municípios. Não queremos uma ideologia que mascara um objetivo político marxista. Seus livros querem nos fazer crer que a identidade é variável e fruto da cultura. A ciência e, acima de tudo, a realidade nos mostram o contrário.”
Apesar das milhares de assinaturas, o grupo que protestava contra Butler na frente do Sesc contava com menos de cem pessoas; e era inferior a outro grupo, pró-Butler, que também estava na frente do Sesc Pompeia.

Manifestantes contrários carregavam faixas e cartazes com dizeres como “Menino nasce menino #XoJudith”, “Não à ideologia de gênero” e “Meus filhos minhas regras”.
Na segunda (6), a filósofa foi à Unifesp, onde falou sobre o seu livro “Caminhos Divergentes: Judaicidade e Crítica do Sionismo” (ed. Boitempo). No evento, ela defendeu que criticar a atuação política do Estado de Israel contra o povo palestino não é o mesmo que criticar o judaísmo. No meio da palestra, uma mulher saiu gritando “protejam nossas crianças”.

(Folhapress)

Foto: Fábio Vieira/Folhapress