Drone fecha Congonhas por 2 h, afeta voos e complica rotina de passageiros

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A presença de um drone causou o fechamento do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para pousos e decolagens na noite deste domingo (12).
O problema começou por volta das 20h15 e levou ao cancelamento e desvio de voos para outros terminais dentro e fora de São Paulo. As operações foram retomadas às 22h30 e o aeroporto ainda recebeu voos até 1h desta segunda-feira (13) -em dias normais as atividades são encerrada às 23h.
A Polícia Militar e Polícia Federal foram acionadas para tentar localizar os responsáveis pelo drone, mas nada foi encontrado até o momento. Quem usar o equipamento de forma indevida pode responder a processo administrativo, civil e penal -em maio deste ano, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou regulamento para a operação de drones no Brasil.
De acordo com a companhia Gol, 15 voos chegaram a ser desviados para outros terminais, mas tiveram mantida a chegada a Congonhas pela extensão do funcionamento do aeroporto ao longo da madrugada. A empresa informa ainda que outros dois voos da companhia que partiriam de Congonhas, para Uberlândia e Presidente Prudente, foram remarcados para partirem de Cumbica, e os passageiros foram levados para Guarulhos por via terrestre.
A Latam informou, por meio de nota, que 28 voos foram afetados, sendo 16 cancelados e 12 remetidos a outros terminais, como Guarulhos (Cumbica), Belo Horizonte (Confins), Rio de Janeiro (Galeão) e Ribeirão Preto. “Os passageiros dos voos alternados para São Paulo seguirão para o destino final via terrestre. Os voos alternados para outras localidades, terão as aeronaves reabastecidas para retornarem ao destino final”, completou a empresa.

CANSAÇO E INCERTEZA
Passageiros que estavam em voos afetados falaram à Folha sobre o cansaço e a incerteza geradas pelo fechamento temporário de Congonhas devido ao drone.
O consultor de marketing Leandro Schulai estava no voo 1463 da GOL, que vinha de Brasília com destino a Congonhas, chegou a ser desviado para o Galeão, no Rio de Janeiro, e só chegou a São Paulo na madrugada de segunda-feira.
“Era para chegar às 22h40. Dormi durante o voo e quando acordei eu me assustei porque vi que ninguém deixava a aeronave. Foi quando o comandante comunicou que estávamos no Rio. Outros passageiros disseram que no meio do voo que ele seria realocado para o Galeão devido a um drone na região de Moema [bairro próximo a Congonhas]”, contou.
Vindo de Macapá, de onde embarcou ainda na manhã de domingo, ele deveria ter chegado a São Paulo às 22h40, mas só desembarcou em Congonhas por volta da 1h desta segunda, com a extensão do funcionamento do aeroporto. “Tudo por irresponsabilidade de uma pessoa que operou um drone de forma inconsequente”, disse Schulai, que vive na região de Vila Prudente, na zona leste, e levanta às 7h para trabalhar na região da avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul.
“No avião disseram que precisavam esperar a polícia interceptar o drone ou, pasme, esperar a bateria acabar”, contou a psicóloga Verônica Stasiak, que estava no voo 1145, que partiu de Curitiba às 20h45, já com atraso de quase uma hora. A espera de autorização para o pouso em Congonhas também demorou tempo similar, ocorrendo às 22h57.
Quem também teve a programação afetada pela presença do drone foi o relações públicas Fernando Nascii, que vinha de Florianópolis. “Era para termos chegado às 20h15, mas por conta do ocorrido desviaram o voo para Ribeirão Preto [a 313 km de São Paulo, onde o avião foi reabastecido]. Isso após umas duas horas taxiando sem ter certeza do que estava acontecendo. Chegamos em Congonhas apenas às 0h30. Foi extremamente cansativo.”

NOVAS REGRAS PARA DRONES
TIPOS DE DRONE
1. Aeromodelo: aeronave não tripulada com fim recreativo
2. Aeronave Remotamente Pilotada (RPA): com fins comerciais, corporativos etc.

DISTÂNCIA
Drones acima de 250 g só podem voar a ao menos 30 m horizontais de pessoas

CADASTRO ON-LINE
Obrigatório para modelos de 250 g a 25 kg; os maiores têm outro certificado

REGISTRO DO VOO
Obrigatório para RPAs com mais de 25 kg

LIMITE DE IDADE
Piloto e observador de RPAs têm que ter ao menos 18 anos

CERTIFICADO MÉDICO
Obrigatório para pilotos de RPAs acima de 25 kg

HABILITAÇÃO
Obrigatória para RPAs de 25 kg e qualquer drone que for voar acima de 121 m

SEGURO
Obrigatório para RPAs acima de 250 g

(Folhapress)
Foto: Divulagação/Imagem Ilustrativa