O vendedor de zona azul Thiago Henrique Oliveira Santos, 27 anos, acusado de envolvimento no sequestro, estupro e assassinato de duas meninas de três anos em outubro na zona leste de São Paulo, uma delas sobrinha dele, foi liberado pela Justiça, mas está sofrendo ameaças de morte na comunidade onde mora e está se escondendo.
“Minha vida acabou. Estou escondido porque já me disseram que se eu aparecer lá na favela me matam”, disse Santos. Ele deu entrevista nesta quarta-feira (29) em um escritório de advocacia na zona oeste da capital paulista.
Santos passou 24 dias em prisão temporária no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) porque a polícia encontrou esperma dele na roupa da sobrinha, Beatriz Moreira dos Santos. Segundo o vendedor, ele tem o hábito de se limpar com as roupas da família, após ter relações sexuais.
“Moramos em um lugar muito humilde, de um cômodo só. Minha mãe e minha cunhada são dependentes químicas, meu irmão está preso por tráfico de drogas. Minha mãe não lava as roupas, e vestiu minha sobrinha com uma roupa suja no dia em que ela foi morta”, diz.
“A justiça entendeu que ele é inocente e o liberou”, afirmou o advogado Ademar Gomes, que cedeu o espaço para a entrevista, mas não representa Santos.
Santos ficou preso junto com dois outros acusados pelo crime, o motorista Marcelo Pereira de Souza, 37 anos, que confessou, e o pintor Everaldo de Jesus Santos, 53 anos, que alega inocência. “Pensei em fazer besteira muitas vezes”, falou o vendedor.
(Folhapress)
Foto: Reprodução/TV Globo
