Grupo fecha via em protesto contra nova tarifa do transporte público de SP


Um grupo de manifestantes contrários ao aumento das tarifas do transporte público de São Paulo ateou fogo em pneus e fechou parte da avenida Nove de Julho, no centro, por volta das 6h desta terça-feira (9).
A barricada foi montada num trecho pouco antes da entrada do túnel, nas imediações da avenida Paulista. O protesto seguiu pacífico, segundo a Polícia Militar.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o protesto bloqueou duas faixas, além do corredor de ônibus que passa pela avenida.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no local e apagou o fogo. O tráfego de veículos já estava liberado no local por volta das 6h45, de acordo com a CET.

NOVA TARIFA
Desde o último domingo (7), a tarifa dos ônibus que circulam na capital paulista subiu de R$ 3,80 para R$ 4, um reajuste de 5,3%.
O aumento na passagem também deverá ser seguido pelo metrô e pelos trens da CPTM, após conversas entre as gestões João Doria (PSDB) e Geraldo Alckmin para adotar uma elevação conjunta.
Após ser eleito, Doria prometeu congelar a tarifa de ônibus em 2017 -decisão que levou ao crescimento de subsídios ao transporte para um patamar perto de R$ 3 bilhões.
Essa quantia é repassada pelo poder público às empresas de ônibus para compensar a diferença entre os custos e a arrecadação do sistema.
A preocupação de políticos com a impopularidade de reajustes da tarifa de transporte aumentou depois de 2013, quando uma série de protestos pelo país levou governos a recuarem do aumento.
O último reajuste em São Paulo ocorreu em janeiro de 2016, na gestão Fernando Haddad (PT), que, junto com Alckmin (PSDB), subiu a tarifa de R$ 3,50 para R$ 3,80.
Em abril deste ano, já na gestão João Doria (PSDB), houve alta na integração, para quem utiliza conjuntamente metrô, trem e ônibus (de R$ 5,92 para R$ 6,80), mas não no preço unitário.
O prefeito também reajustou os bilhetes diário (de R$ 16 para R$ 20) e mensal (de R$ 230 para R$ 300) -no caso, acima da inflação.
A Justiça chegou a suspender os aumentos, apontando que pessoas que moram em locais mais distantes seriam mais prejudicadas. Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, porém, os liberou.

(Folhapress)
Foto: Rogério de Santis/Futura Press/Folhapress