O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta sexta-feira (26) “claros sinais” de elevados níveis de desnutrição entre as crianças venezuelanas por causa da crise econômica que o país atravessa, bem como pela falta de dados que mostrem de forma confiável a situação nutricional da infância no país.
Em entrevista, o porta-voz do Unicef, Christophe Boulierac, não pôde especificar quais eram exatamente esses “claros sinais” além de alguns relatórios feitos por entidades como Cáritas que, se bem que “sejam alarmantes”, não são realmente representativos do que está acontecendo no país.
O relatório da Cáritas revelou que 15,5% dos meninos tinham peso bem mais baixo do que o normal para a sua idade.
“Não é um estudo representativo, mas é uma indicação da contínua deterioração dos níveis nutricionais das crianças venezuelanas”, disse Boulierac.
O porta-voz admitiu que o governo está reagindo de certa maneira a essa emergência para mitigá-la por meio da distribuição de bolsas de alimentos e da transferência de dinheiro para as famílias mais vulneráveis, mas criticou a falta de uma política “coordenada”.
Consultado sobre o que o governo deveria fazer, Boulierac respondeu que a primeira coisa seria obter dados confiáveis para ter uma imagem real dos níveis de desnutrição no país.
Ele explicou que o Unicef tem pessoal no interior da Venezuela, mas que são as autoridades que devem fazer estudos epidemiológicos de como “a hiperinflação e a crise econômica que o país atravessa afetou as crianças”.
“Em maio, o Ministério de Saúde divulgou alguns estudos epidemiológicos. Obter mais informações como essa é essencial e urgente”, concluiu.
(Agência Brasil)
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