A seleção brasileira venceu a Rússia por 3 a 0 na sexta (23) em uma noite fria de Moscou, com termômetros a -1°C e sensação térmica de -7°C.
Gelado também foi o desempenho no jogo, escamoteado pelo placar da partida no estádio Lujniki, que abrirá e fechará a Mundial russo.
Miranda completando um rebote, Coutinho, de pênalti, e Paulinho de cabeça anotaram os gols do triunfo no penúltimo teste antes da convocação para a Copa, em maio.
O técnico Tite usou o jogo para testar uma tática sem Neymar e tirando Renato Augusto do time, centralizando Coutinho e abrindo Willian e Doulgas Costa pelas pontas.
O esquema não resultou em gols no primeiro tempo. No começo do segundo, o time conseguiu construir a goleada. Depois do 3 a 0, Tite fez seis substituições e alterou a estrutura do esquema.
A meta era furar a defesa com uma linha de cinco russos, tática que parou o Brasil no empate em 0 a 0 com a Inglaterra, em novembro.
Tite percebeu que a campanha vitoriosa nas eliminatórias teria pouco a ver com formações fechadas. Imagina que Suíça e Costa Rica, dois primeiros adversários na Copa, possam atuar assim.
A melhora em relação ao jogo contra os ingleses não foi apenas no placar, mas também nas finalizações.
Em Wembley, o time arrematou 13 vezes em direção ao gol, mas acertou só três.
No Lujniki, o volume foi maior. Em 24 finalizações, 13 tiveram como alvo certo o gol de Akinfeev, que, com algumas defesas difíceis, evitou um placar mais dilatado.
“Quando tem 24 finalizações e 13 são no gol, contra uma linha de cinco defensores, isso quer dizer que a equipe clareou, mesmo com o atleta executando funções diferentes”, disse Tite.
“Quando chega a 40% de acerto, fico feliz. Tivemos mais de 50%”, completou.
Há de se ressaltar que a Rússia vive momento difícil. Perdeu seus dois zagueiros titulares e entrou na partida com uma defesa que não havia atuado junta sob o comando do técnico Tchertchesov.
Coutinho esteve apagado no primeiro tempo, muitas vezes tendo de recuar até a defesa para buscar bolas, e melhorou na segunda etapa.
Douglas Costa atuou durante os 90 minutos. No primeiro tempo, pouco tentou e muito errou. No segundo, subiu de produção e parece perto de garantir vaga na Copa.
“Me encontrei bem em campo. Foi um jogo importante. A disputa é sadia, com jogadores de qualidade. Fiz o que me foi proposto”, disse.
O Brasil enfrenta na terça (27) a Alemanha, em Berlim, no primeiro embate entre os times desde o 7 a 1 da semifinal da Copa de 2014.
“O 7 a 1 foi o último jogo. Isso é uma etapa que passou. É um período de construção, e é importante jogar contra a Alemanha pelo psicológico. Com eles, o que queremos é jogar futebol”, disse Tite.
RÚSSIA
Akinfeev; Kutelov, Praiat e Kudryamov; Miraiyak, Plumakov, Kombarov (Zhirkov), Zoryanin e Samedov (Smolnikov); Polovin e Smolov (Zabolotnyi). Técnico: Stanislav Cherchesov
BRASIL
Alisson; Daniel Alves (Fagner), Miranda (Geromel), Thiago Silva e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Renato Augusto), Willian (Taison), Philippe Coutinho (Fred) e Douglas Costa; Gabriel Jesus (Roberto Firmino). Técnico: Tite
Local: estádio Luzhniki, em Moscou
Gols: Mirandav (B), aos 7min, Philippe Coutinho (B) aos 17min, e Paulinho (B), aos 20min
(Folhapress)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF
