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Alunas criam abaixo-assinado para que Fuvest tenha mais autoras

Agência Estado – Foto: Divulgação

Integrantes do coletivo feminista “Eu não sou uma Gracinha” decidiram criar um abaixo-assinado para que a lista de livros da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) tenha mais autoras mulheres.

As estudantes do ensino médio Alice Lauria, Luzia Alonso e Lena Giuliano notaram que, dos nove livros do vestibular da Universidade de São Paulo (USP), apenas um é de autoria de uma mulher. 

“Já passou da hora de as mulheres começarem a ser valorizadas e não incluí-las na lista de livros obrigatórios de um dos vestibulares mais importantes do Brasil é reforçar essa desvalorização”, desabafa Alice, que está no 2º ano. 

Entre 2010 e 2017, a prova da Fuvest, exigida para ingresso na USP, sequer tinha livros escritos por mulheres na lista. Em 2018, apenas um de autoria feminina foi incluído. A proporção desigual de gênero se mantém para 2019.

Luzia Alonso, que está no último ano, considera que uma lista mais igualitária no quesito gênero seria uma forma de afirmação da mulher na sociedade. “Ter essas autoras nas leituras obrigatórias do vestibular é uma afirmação de que estamos ocupando significativo espaço e principalmente de que já fizemos história”, diz a jovem. 

O abaixo-assinado, intitulado “Queremos mais autoras mulheres na lista de livros obrigatórios da Fuvest!” pode ser acessado na plataforma Change.org. Lena Giuliano, que está no 2º ano do ensino médio, espera que o abaixo-assinado online traga “uma visibilidade enorme para a mobilização”.

A petição sugere duas obras para a Fuvest. Uma delas, Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, o primeiro romance escrito por uma mulher negra. O livro trata da escravidão a partir do ponto de vista dos escravos. Outra publicação para o vestibular seria Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Maria Carolina de Jesus. A obra é o diário de Carolina de Jesus, uma mulher negra de São Paulo que narra seu cotidiano nas comunidades carentes da cidade.

As alunas estudam na Escola Gracinha (Nossa Senhora das Graças), na zona sul de São Paulo. Lá, elas criaram uma estante feminista na biblioteca do colégio, só com publicações realizadas por mulheres.

O coletivo “Eu não sou uma Gracinha” foi criado em 2014, fruto de um projeto escolar no qual são tratados temas como feminismo negro, vertentes feministas, a legalização do aborto, microagressões, pornografia, prostituição, entre outros.

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