Nova temporada da NBA tem aumento de brasileiros nos bastidores

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O convite de Steve Kerr para trabalhar na comissão do Golden State Warriors fez Leandrinho se aposentar do basquete aos 38 anos. A escolha do agora ex-jogador reforça o aumento da representatividade do Brasil nos bastidores das franquias. A temporada 2020-21 da NBA, que começa nesta terça-feira, tem mais brasileiros fora do que dentro de quadra.

Campeão da NBA pelos Warriors em 2014-15 e com passagem por outras quatro equipes da NBA, o ex-armador assumiu a função de preparador mental de jogadores. Ex-companheiro de seleção de Leandrinho, Tiago Splitter, que também tem um título da liga pelo San Antonio Spurs, vai para sua segunda temporada como treinador assistente para desenvolvimento de atletas do Brooklyn Nets.

A legião de brasileiros conta ainda com Fernando Nandes, técnico especialista em neurociência do movimento do Utah Jazz, Felipe Eichenberger, preparador físico do Denver Nuggets, e Claus Souza, assistente de preparação física também na franquia do Colorado. “Vejo como um aspecto positivo. Esse crescimento vai abrir portas para profissionais do Brasil e do mundo”, afirmou Felipe Eichenberger ao Estadão.

Na edição 2019-20, Eichenberger foi elogiado pelo trabalho com Nikola Jokic. O pivô aproveitou o período de paralisação por causa da pandemia para seguir programa para perder peso (13 kg) e ganhar massa muscular. O resultado foi positivo e sentido nos playoffs, quando teve ótimo desempenho pelo Denver, caindo apenas para o campeão Los Angeles Lakers no Oeste.

Natural de Ribeirão Preto, Eichenberger foi para os EUA para estudar e jogar pela Universidade de Oklahoma. Após se formar e com insistência, entrou na NBA. “Tudo começou como um sonho, mas hoje estou indo para a minha décima temporada e ainda não caiu a ficha”, afirmou o preparador físico.

Em quadra, o Brasil terá três representantes, um a menos em relação ao início da temporada passada. O veterano pivô Nenê está fora da liga desde fevereiro, quando foi trocado pelo Houston Rockets com o Atlanta Hawks e dispensado. Bruno Caboclo (Rockets), Cristiano Felício (Chicago Bulls) e Raulzinho Neto (Washington Wizards) serão os brasileiros dentro das quadras.

Dos três, apenas o último está de casa nova. Após defender o Philadelphia 76ers, o armador, que antes atuou por quatro temporadas pelo Utah Jazz, se tornou agente livre e acertou contrato com o time da capital dos EUA.

“É sempre positivo estar em uma nova equipe. Você conhece um estilo diferente de jogar, uma cidade diferente, e jogadores diferentes. O Washington me deu a chance de jogar mais um ano na liga. Vou jogar com (Russell) Westbrook e Bradley Beal, que são estrelas da NBA”, afirmou Raulzinho, de 28 anos, que também quer passar sua experiência aos mais jovens. “É ótimo compartilhar com eles, que gostam de escutar. A expectativa é ter uma temporada muito legal com os Wizards.”

Cristiano Felício aposta na chegada de uma nova comissão técnica para o Chicago Bulls tentar surpreender. Após terminar na 11ª colocação da Conferência Leste, com 22 vitórias e 43 derrotas, a franquia decidiu apostar em Billy Donovan, ex-Oklahoma City Thunder. “Sabemos do potencial da equipe. A chegada de uma comissão nova dá ânimo porque são nomes de respeito. O Billy Donovan fez com que os jogadores sempre jogassem ao seu máximo lá e superassem expectativas. A gente espera que possa fazer temporada assim aqui, ir bem, chegar aos playoffs e fazer barulho.”

O ano de Bruno Caboclo nos Rockets será de confirmação. O ala teve o contrato renovado. Foram apenas oito jogos, com médias de 3,5 pontos e dois rebotes em 6,5 minutos em quadra.

SEM BOLHA – A NBA abriu mão da “bolha”, que foi considerada um sucesso para evitar a contaminação pela covid-19 na temporada passada. Os jogos serão nos ginásios das equipes e alguns até com público. Para isso, a liga elaborou rígido protocolo, com punições preestabelecidas para quem descumpri-lo.

Os atletas estão proibidos de participar de reuniões sociais que excedam 15 pessoas. Outro exemplo: times só podem levar 45 pessoas para os jogos fora, sendo 17 jogadores. As violações podem resultar em multas, suspensões, ajustes salariais, perda de escolhas de Draft e até derrota no jogo.