O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de realização de cirurgias plásticas, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês). Levantamento realizado pela instituição mostrou que do total de 11.363.569 procedimentos realizados em 2019, 13,1% foram feitos no país, o que em números corresponde a 1.493.673. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar com 11,9%.
O estudo da ISAPS é feito anualmente e, em 2018, já havia apontado a liderança brasileira na realização de cirurgias plásticas. Desde então, o país mantém a média de, aproximadamente, 1,5 milhão de procedimentos estéticos realizados por ano.
Para o próximo levantamento, no entanto, a expectativa é de redução dessa média. Isto porque em 2020 houve a interrupção da realização de cirurgias, não apenas estéticas, por conta da pandemia da Covid-19.
Para se ter ideia, no âmbito da cirurgia geral, pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou que, entre março e dezembro de 2020, houve o represamento de 1.119.433 operações, sendo 161.321 de emergência e 928.758 eletivas.
Mamoplastia é a mais procurada
O levantamento da ISAPS 2019 mostrou que a mamoplastia de aumento representa a maior demanda entre as cirurgias plásticas realizadas no Brasil (15,8%), um total de 236 mil. Lipoaspiração, cirurgia das pálpebras, abdominoplastia e rinoplastia também são mencionadas na pesquisa.
No recorte por gênero e faixa etária, a ISAPS observou que a maior parte das cirurgias plásticas realizadas no Brasil foram feitas por pacientes do sexo feminino com idade entre 35 e 50 anos. As principais demandas das mulheres com idade entre 19 e 34 anos foram por mamoplastia e rinoplastia. As meninas com 18 anos ou menos procuraram pela rinoplastia.
Já entre os homens, os procedimentos mais comuns foram a ginecomastia, a cirurgia das pálpebras e a lipoaspiração.
Expectativas e segurança
Com o avanço da vacinação no país e o controle dos índices epidemiológicos da Covid-19, a expectativa é que a demanda por cirurgias plásticas continue em alta no país. Para especialistas da área, o período de maior isolamento social contribuiu para que as pessoas observassem com mais atenção o próprio corpo. Além disso, a internet propicia maior acesso à informação sobre os procedimentos.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) orienta sobre a segurança necessária aos pacientes na hora de escolher o médico cirurgião plástico que será responsável pelo procedimento.
De acordo com a SBPC, é necessário que o profissional tenha treinamento em cirurgia de, pelo menos, cinco anos, sendo três dedicados à cirurgia plástica, esteja apto para realizar todo tipo de procedimento, se submeta ao código de ética e opere apenas em unidades credenciadas. “A escolha de um cirurgião qualificado é um primeiro passo na segurança de que a cirurgia pode satisfazer as suas expectativas”, informa a Sociedade, em nota.
Após a escolha, a SBPC explica que o paciente deve realizar uma investigação médica completa antes de se submeter à cirurgia com a realização de vários exames. Neste sentido, é preciso informar ao médico o histórico sobre doenças, alergias, uso de medicamentos, realização de procedimentos anteriores, além de consumo de bebidas alcoólicas, cigarro ou outras drogas.