Estudantes de 40+ contam seus desafios no ensino superior

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Em comemoração ao Dia Nacional do Estudante (11/08), o Pravaler, principal plataforma de acesso e soluções para o ecossistema de educação do Brasil, dá voz a um grupo muitas vezes abstraído das conversas e discussões associadas ao ecossistema universitário: os alunos de 40 anos ou mais que estão no ensino superior. 

De acordo com o último Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC), quase 600 mil pessoas dentro dessa faixa etária foram matriculadas em cursos de graduação, considerando o balanço entre os anos de 2012 e 2021, representando um aumento de 171,1% no período. 

Apesar da pequena representatividade quando comparada a dos mais jovens nas universidades, graças ao crédito estudantil do Pravaler, que já beneficiou mais de 300 mil estudantes em todo o Brasil, Luana da Silva Romão e Ricardo Nicolas Maia Guanabens, ambos com 42 anos, não deixaram que a idade fosse uma barreira para a realização do tão sonhado diploma universitário. 

Confira os depoimentos dos estudantes:

Luana da Silva Romão, 42 anos (Estudante de Medicina)

Os corredores dos hospitais já faziam parte da rotina de Luana da Silva Romão, que sempre sonhou em ter em mãos o diploma de medicina, mas pelos altos valores das mensalidades, optou por cursar Técnico de Enfermagem.

“Meu filho tinha 7 meses quando fui aprovada no vestibular. Com o apoio da família e a venda de um terreno, consegui cursar os primeiros anos da faculdade. Porém, os valores eram altos, e quando o dinheiro apertou, o financiamento privado foi a alternativa para eu não desistir”, conta. A estudante, que começou a cursar medicina aos 37 anos, sempre dizia que iria fazer medicina nem que fosse com 60. Seu maior desafio hoje é conciliar sua vida pessoal enquanto mãe com todas as responsabilidades que envolvem as atividades da graduação.

Ricardo Nicolas Maia Guanabens, 42 anos (Estudante de Engenharia Mecânica)

Os pais de Ricardo Nicolas Maia Guanabens não tiveram acesso à educação com tanta facilidade como temos hoje. O pai, motorista, e a mãe, funcionária pública municipal, ambos sempre desejaram que os filhos tivessem uma realidade diferente da deles naquela época. “Na visão dos meus pais, o estudo é essencial para a sobrevivência nessa era tão tecnológica”. Ricardo iniciou jovem no mercado de trabalho, porém, devido às cobranças do mundo corporativo, foi necessário optar por uma atuação mais profissionalizada, dando início a um curso técnico no SENAI-SP. “Foi onde eu ‘acordei’ para a necessidade de ter uma profissão. Graças ao meu estudo, entendo a importância que a educação tem de transformar a vida das pessoas, porque ela muda a minha diariamente para melhor”.  Atualmente no 9º período de sua graduação, os colegas da classe de Ricardo na universidade o enxergam como um estímulo e motivação. “Na visão de muitos que estão ali comigo diariamente, não existe desculpa para desistir. Fico feliz quando um jovem na casa dos seus 20 e poucos anos senta ao meu lado para ouvir conselhos”, conta. Para ele, sua maior preocupação hoje é como o mercado de trabalho tem olhado para os trabalhadores com mais de 40 anos. “É como se eu tivesse prazo de validade. Minha história de vida é de um homem que batalha e que não tem medo de encarar os desafios”.