O Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental do Hospital Philippe Pinel, serviço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), na zona norte da capital paulista, acaba de ganhar duas salas tecnológicas voltadas ao tratamento e bem-estar de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Os espaços, sendo um de informática e outro multissensorial e de aprendizado lúdico, proporcionam inclusão digital, favorecendo a autonomia, confiança e o fortalecimento de vínculos das crianças atendidas no local.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a pasta estadual e a Agir (Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde), instituição sem fins lucrativos responsável pela Rede Teia, que mantém serviços especializados em assistência a pessoas com autismo nos estados de Goiás e São Paulo.
Uma das novas salas possui estrutura de ponta para exercícios pedagógicos, que inclui cheiros de frutas, piscinas de bolinhas, brinquedos interativos, óculos de realidade virtual, sons de mares e florestas, imagens projetadas, torres luminescentes e um “céu estrelado”, imitando a Via Láctea, no teto.
As novas salas foram planejadas para oferecer suporte a diferentes abordagens terapêuticas, promovendo a estimulação sensorial, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a inclusão digital dos pacientes. Os ambientes contam com recursos que favorecem a autonomia, o bem-estar e o fortalecimento dos vínculos, elementos essenciais para o processo de reabilitação e inclusão social.
Andreia Ramos, diretora técnica do Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental (CAISM) do Philippe Pinel, também enalteceu a nova fase: “Era algo que a gente desejava e não havia sido materializado. Ver o encanto das crianças conhecendo e fazendo uso das salas nos traz a certeza de que estamos no caminho certo. É gratificante porque trabalhamos na modelagem desta parceria sem imaginar a amplitude do que iria acontecer. Quando vemos o que idealizamos sendo realizado é uma alegria imensa”.
“Esse é um grande avanço. Com toda essa estrutura, iremos otimizar questões sensoriais, conseguindo instigar atenção, concentração e interação tanto em atendimentos individualizados quanto em grupos. Os ambientes conseguem dar sensações táteis, olfativas, sonoras e auditivas que complementam a educação que os jogos da sala de computação possuem. Vamos obter múltiplos benefícios pedagógicos”, afirma Giovana Bolentine, coordenadora técnica da Rede Teia Agir.
“O autismo tem uma série de lacunas ao longo do neurodesenvolvimento. Uma delas é a questão da sensibilidade sensorial. A partir do momento em que os portadores têm contato com estímulos educativos, conseguimos romper barreiras como, por exemplo, frequentar locais barulhentos e povoados, tais quais shoppings, restaurantes, ônibus e metrôs. A estrutura tecnológica que montamos é a garantia de que isso será feito com sucesso, assegurando uma evolução constante no quadro de cada tratado”, destaca a diretora técnico-assistencial da Teia, Nise Portela.
Thayná Lobo Frutuoso, mãe de Helena Frutuoso, 4 anos, e Natália Cristina da Costa Santos, mãe de Artur Lopes, de 6, ficou encantada com o esmero das novas áreas. “A gente amou. Não esperávamos algo tão lindo e não imaginávamos que tivesse esse cuidado todo em cada cantinho. A meninada vai adorar porque tem muita coisa prazerosa para descobrir, fazer e testar. Achamos que daqui para frente vai ser tudo melhor. Se a gente tá feliz, imagine eles, né? Nossos filhos virão para cá contentes e voltarão daqui ainda mais felizes. Parabéns a todos os envolvidos”, disse.