O impacto do tabelamento do frete na indústria paulista entre os meses de junho e dezembro deste ano é estimado em R$ 3,3 bilhões, segundo cálculo divulgado nesta quarta-feira, 11, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O valor equivale ao aumento de 19,8% – ou um gasto mensal adicional de R$ 469,6 milhões – que o setor terá de arcar com a implementação da política nacional de preços mínimos no transporte de carga rodoviário, cuja medida provisória está sendo votada nesta quarta-feira, 11, na Câmara.
Junto com a redução e congelamento do preço do diesel, o tabelamento do frete faz parte do pacote de medidas concedido aos caminhoneiros para encerrar a greve da categoria que causou uma crise nacional de abastecimento no fim de maio.
De acordo com uma pesquisa feita pela Fiesp com 400 empresas, 55,3% dos consultados manifestaram a intenção de repassar, integralmente ou parcialmente, o aumento no preço do frete ao valor de seus produtos.
Metade das empresas (50,1%) disse já sentir a alta no preço de insumos em decorrência do aumento no custo logístico de seus fornecedores. Esse impacto, conforme mostrou a pesquisa, foi de 2% sobre os gastos com matérias-primas.
Para 24,5% das empresas, haverá redução das vendas, que podem cair 1,7%. Dentro desse grupo, 14,2% das empresas informaram que estão dando descontos nos produtos para compensar o aumento do frete pago pelos clientes.
Como 59,5% das empresas pesquisadas não possuem frota própria de caminhões, a maior parte da indústria paulista está, segundo a Fiesp, exposta a perdas com o tabelamento do preço mínimo do frete.
Foto: Dida Sampaio/AE