Força-tarefa investiga denúncias de abuso sexual de João de Deus em SP

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O Ministério Público de São Paulo criou uma força-tarefa com seis promotores e uma equipe de apoio para apurar denúncias de abusos sexuais do médium João de Deus. Famoso por ter recebido celebridades nacionais e internacionais, o médium atende, há mais de 40 anos, em Abadiânia, no interior de Goiás.

Os depoimentos começam a ser colhidos nesta terça-feira (11). Três mulheres serão ouvidas por dia até sexta-feira (14). O órgão entra em recesso, e as oitivas retornam em 7 de janeiro. Maria Gabriela Prado Manssur, promotora da Justiça e defensora das mulheres, disse que um grupo de 200 mulheres se manifestou sobre abusos praticados pelo médium. Além disso, foram recebidos, apenas hoje, 12 relatos por e-mail e 40 por redes sociais em São Paulo. Todas as mulheres serão ouvidas em sigilo e não terão as identidades divulgadas.

Desde o final da última semana, os órgãos têm recebido denúncias que podem configurar estupro, estelionato sexual ou estupro de vulnerável. A orientação do MP é que as vítimas em todo o país procurem os promotores dos locais onde moram.

Existem canais de denúncia para o caso, além de Goiás e São Paulo, nos estados do Rio de Janeiro e Maranhão, e haverá envolvimento de órgãos internacionais para vítimas estrangeiras. Em outras localidades, deve-se procurar delegacias de polícia, preferencialmente da mulher.Os casos ocorridos fora de Goiás serão julgados no local da ocorrência do fato. “O Ministério Público está criando mecanismos para facilitar as denúncias dessas mulheres e meninas, e encaminhar para os promotores do local onde elas moram”, disse a promotora de Justiça do Núcleo de Gênero do Ministério Público, Valéria Scarance. Em São Paulo, o e-mail para denúncias é [email protected].

MP-Goiás recebe 78 denúncias

de mulheres contra o médium

O número de denúncias contra o médium João de Deus registradas no Ministério Público de Goiás (MP-GO) subiu para 78 a manhã de terça-feira, 11. O número é quase o dobro do anunciado pela instituição no fim da tarde no dia anterior, de 40 denúncias.

Segundo o MP-GO, a maioria das mulheres fez as denúncias por e-mail. Além de Goiás, os registros também foram feitos por vítimas de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. “Todas estão sendo orientadas a procurarem o Ministério Público de seu Estado, que ficará responsável pela coleta de depoimentos”, informou por meio de nota.

Em Goiás, uma força-tarefa é formada por cinco promotores e duas psicólogas. As denúncias são recebidas pelos telefones 62 3243-8051 e 8052, presencialmente e pelo e-mail denuncias@mpgo mp.br.

 

Foto:Marcelo Camargo ABr